mercoledì 26 aprile 2017

7 meses na Itália



Essa semana, eu e João completamos 7 meses aqui na Itália. E posso dizer que me sinto como se tivesse nascido de novo. Largar tudo que você conhece, sua família, seus amigos, seu emprego e até sua língua para viver tão longe de casa é como renascer. Você precisa reaprender a falar, a escrever, precisa fazer novos amigos, precisa aprender a caminhar em uma cidade completamente desconhecida... Por outro lado, ser novamente um "recém nascido" te permite descobrir novas cores, se encantar com a exuberância das flores, conhecer expressões da língua, aproveitar o calor nos abraços e nos sorrisos.

Certamente não é fácil. Não estive perto quando minha mãe fez um exame, quando minha sogra fez um procedimento, quando minha avó ficou doente... Não comemorei o aniversário do primeiro ano das gêmeas, não estive perto na primeira febre da Helena, na festa de aniversário do meu afilhado. Não acompanhei a gravidez de uma amiga querida e também não vou estar lá na hora do parto pra dizer que vai ficar tudo bem. São muitas comemorações "via Skype", muitos abraços guardados e lágrimas escondidas.

E por que diabos a gente continua aqui? Porque a vida é feita de escolhas! E nossa escolha de estar aqui, viver esse sonho juntos, também tem seu preço. Não, eu ainda não validei meu diploma. Sim, sinto falta do meu trabalho todos os dias. Mas os prós ainda superam os contras! As dificuldades do dia-dia, o que não se vê nas fotos do Instagram nem no Facebook, desaparecem quando passamos um fim de semana nas montanhas, quando conhecemos pessoas maravilhosas, quando nos damos conta do passo enorme que demos para realizar nosso sonho.

Aliás, ser expatriado te faz ficar amigo-instantâneo-de-infância de pessoas incríveis que talvez você não tivesse conhecido de outra forma. Falo de brasileiros e também de italianos. De encontrar alguém que te dá aquele abraço de que você sente falta, alguém que divide sua saudade de ouvir MPB ou de comer brigadeiro.

E quando a saudade aperta, o peito dói, parece que vai explodir? A gente chora mesmo, olha as fotos e lembra que não existe distância pra quem ama. Graças à tecnologia, estamos sempre próximos. Acompanho o crescimento dos filhos dos nossos amigos, vejo vídeos deles cantando e brincando (por favor, mandem sempre!), sei o que a minha mãe almoçou e quantos partos minha tia fez nessa semana.

Essas pequenas coisas me fazem presente na vida deles e eles na minha. Tenho certeza de que nossas famílias morrem de saudade, porque eu também! Mas minha certeza maior é de que morrem mesmo de orgulho por saber que nos ensinaram a voar e a correr atrás do que nos faz feliz! Que criaram seres humanos sensíveis e capazes de mudar e de se adaptar.

O tempo não pára, só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo.
              - Mario Quintana



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