lunedì 22 gennaio 2018

Ponte di Legno - ski, boa comida e diversão!

Ponte di Legno é o comune mais ao norte da província de Brescia e sempre ouvimos falar que é uma cidade muito charmosa. Ela fica no alto das montanhas e tem uma estação de ski bem famosa por aqui, por isso fomos lá conferir.


Embaixo dessa pracinha (acima), que fica bem no coração da cidade, tem um estacionamento público (isso mesmo, de graça!) (Parcheggio Piazzale Europa), onde você pode deixar seu carro e sair tranquilo pra conhecer o lugar e até mesmo pra esquiar, se for o seu caso.


Antes de se aventurar nas montanhas, recomendo um passeio pelo centro da cidade. A arquitetura típica de montanha e o ar de cidade do interior encantam qualquer turista. A cidade de menos de 2 mil habitantes, tem um centro com várias opções de restaurantes e cafés, além de inúmeros pequenos hoteis.


Embora tenhamos saído de Brescia com  agradáveis 7 graus, chegamos lá com -4 graus! Pelas fotos, você vê que a neve já estava acumulada ali há alguns dias, o que foi providencial, já que não queríamos pegar neve na estrada. Por falar nisso, se o seu plano for ir de carro, vá sem medo! As estradas estavam totalmente limpas. Outra dica boa é o site da prefeitura da cidade que têm webcams que monitoram toda a região.


Resolvemos almoçar no centro antes de subirmos as montanhas. Aliás, se você quiser economizar, faça o mesmo! No alto das montanhas, perto das estações de ski, os preços tendem a serem sempre mais altos.


Escolhemos o restaurante Al Tabià. A atmosfera é muito acolhedora, totalmente imersa no clima da montanha. Você pode escolher entre vários pratos do cardápio além de um bela seleção de pizzas. A conta ficou em torno de 30 euros para nós dois. Se o seu orçamento para o passeio for mais limitado, você encontra, na via 24 de maggio, uma piadineria chamada Punto Fermo. Lá, duas piadinas e duas bebidas vão sair por cerca de 15/20 euros.


Devidamente abastecidos, hora de conferir a neve de verdade! 

Seguindo até a base das montanhas, você tem várias opções... Sua escolha vai depender se você pretende esquiar ou se só quer mesmo dar uma volta na região. 

Se quiser provar uma coisa diferente, existem vários lugares onde você pode alugar roupas e equipamento de ski na cidade. Os preços começam em 15 euros para o aluguel de 1/2 dia de roupa, botas e equipamento básico de ski. Uma aula de uma hora custa em torno de 40 euros pra uma pessoa ou 50 para duas.

Como minhas habilidades motoras são um pouco limitadas (e eu já me esborrachei no chão numa pista de patinação no gelo PARA CRIANÇAS), resolvemos ficar na opção menos perigosa.

Na base do cabinovia (bondinho ou teleférico que sobe a montanha), você compra o ticket e pode escolher ida+volta, só ida ou passe livre para o dia todo para você ficar subindo e descendo de ski. O ticket ida+volta+ônibus que faz um pequeno tour fica 6 euros por pessoa.


 As cabines são fechadas (quentinhas!) e transparentes. Possuem bancos no seu interior e lugar para transportar seus skis. Ela não chega a parar para você entrar, mas vai numa velocidade muito lenta. O percurso é lindo! Realmente vale a pena.


Chegando na primeira plataforma, descemos e pegamos um ônibus que nos levou até Passo del Tonale. A cidade fica à 1880 metros e gira em torno do turismo de inverno. 


Apesar do dia lindo, estava MUITO frio! Um vento super gelado que fazia a sensação térmica desabar! 


Nesse ponto, existem muitas atrações. São inúmeras pistas de ski, snowboard, brinquedos para crianças, hotéis e pequenos restaurantes. 
Se o seu plano for aproveitar tudo isso, chegue antes do meio dia para aproveitar a parte "mais quente" do dia. Perto das 15hs, o sol começa a se esconder e não dá pra aguentar!!

Para fechar o dia com chave de ouro, o que você acha de uma parada pra um chocolate quente? A padaria e confeitaria Salvetti é o lugar perfeito. Além de café e chocolate quente, eles têm sucos feitos na hora (raridade por aqui), sanduiches, milhões de pães e doces.




giovedì 11 gennaio 2018

Cidadania italiana em Bréscia

Esse é um dos posts mais aguardados dos últimos tempos: hoje fui reconhecida cidadã italiana! Vou escrever aqui como foi e os percalços que encontrei para que vocês vejam que é possível fazer sozinho.



Por curiosidade, algum tempo atrás, eu já tinha levantado minha árvore genealógica e tinha ouvido sobre alguns primos que haviam feito o processo. Mas comecei mesmo a pôr a mão na massa em dezembro de 2016, quando descobri que não existia limite de geração para obtenção de cidadania italiana.

Meu antenato, meu trisnonno Antonio da Correggio, facilitou muito as coisas pra mim! Desde que ele chegou ao Brasil, em 1887, todos os seus descendentes nasceram e morreram na mesma cidadezinha no interior de Santa Catarina, chamada Grão Pará. A funcionária do cartório (todo meu amor pra a Silvana!) agilizou tudinho, até mesmo um registro tardio de óbito (que constava no registro mas não aparecia no livro) que foi feito pelo próprio cartório no Ministério Público e levou cerca de um mês.

A certidão de nascimento do meu antenato, estava na cidadezinha de Casale di Scodosia, em Padova. Fiz a solicitação por email e recebi aqui na minha casa cerca de um mês depois.

Em março de 2017, já tinha levantado todas as certidões e enviei para tradução e apostilamento. Curiosamente, a certidão que tive mais dificuldade de conseguir foi a minha própria! Quando cheguei ao cartório e pedi uma certidão de nascimento em inteiro teor fez-se um banzé porque havia uma bendita anotação posterior ao meu nascimento! Usei todo o meu charme (e cara de gato de botas) para convencê-los de que eu sabia o que tinha escrito ali e não seria nenhuma surpresa... (Abaixo o gif com a cara de gato de botas que foi muitíssimo últil durante várias etapas do processo!)




Como são muuuuitas certidões, levou um tempinho para aprontar tudinho - recebi aqui em casa, por DHL, em junho de 2017.

Dia 20 de junho de 2017, fui até o comune de Brescia (cidade onde tenho residência registrada desde dezembro de 2016) e entreguei todos os documentos. A funcionária responsável, que sempre foi educadíssima, recebeu tudo e disse "me dê um telefone que quando eu acabar de analisar, ligo para você vir aqui". Uma das coisas que pode ter feito meu processo caminhar mais devagar, foi que eu tenho um Permesso di Soggiorno com 5 anos de validade por ser casada com um italiano e como a própria funcionária falou, não teria pressa por estar legal no país.

Voltei pra casa e esperei. Esperei. Esperei. Eles me ligaram em setembro. Isso mesmo, levaram TRÊS meses para avaliar meus papéis. E isso não foi o pior! Eles descobriram que faltava uma variação do meu sobrenome no Certificado de Não Naturalização do meu antenato!

Eu o fiz instantâneamente pela internet e me propus a mandar traduzir aqui na Itália para ser mais rápido. Só que não! Em função do apostilamento, o documento teve que ser traduzido e apostilado no Brasil para, só então, ser enviado pra mim. Bom, mais um mês de espera.

Finalmente, em 30 de outubro de 2017, assinei a Richiesta di Riconoscimento! Faltava aguardar a NR de Curitiba e o OK do comune de origem do meu antenato. Foi aí que eu aguardei. Aguardei e aguardei.

E para finalizar bem essa história, hoje, dia 11 de janeiro de 2018, assinei minha certidão de nascimento italiana! 

Bom, você aí não quer que eu conte de como eu fiquei feliz e mandei fotos pra família toda, não é? Vamos às praticidades!

Quanto custou?

  • 12 Certidões em inteiro teor - 12 x R$ 34,55
  • 12 Reconhecimentos de firma do escrivão - 12 x R$ 4,90
  • Certificado de Não Naturalização ou CNN - feito online grátis
  • Certidão de nascimento italiana do meu antenato - grátis
  • 13 Traduções juramentadas (as 12 certidões de nascimento/casamento/óbito + a CNN) + SEDEX Curitiba/ Florianópolis - R$ 1380
  • 26 Apostilamentos (13 certidões e 13 traduções)- 26x R$ 34,85
  • Duas marca da bollo de 16 euros (uma para a Richiesta e o outra para a certidão de nascimento) - 32 euros
TOTAL:  R$ 2759,50 + 32 euros

Obs.: Não incluí na conta as duas vezes que usei DHL para enviar os documentos.

Sobre o comune de Brescia:
  • As duas funcionárias do ofício de reconhecimento de cidadania iuris sanguinis são fantásticas e muito educadas.
  • Apesar de a cidade ter 200 mil habitantes, elas estão super sobrecarregadas com muitas solicitações de cidadania (a maioria brasileiros).
  • Não falei sobre a visita do vigile porque já era residente e ele já tinha passado na minha casa quando dei entrada no processo. 
  • Eles aceitaram as certidões com pequenos erros de grafia dos nomes - Dacoregio, Dacorreggio, da Correggio, Moisés, Moyzes, etc - SEM retificação judicial.
  • Eu entreguei todas as certidões, inclusive as de óbito.

Profissionais que me ajudaram:
  • Tradução juramentada (bem feita e em tempo récorde!) - Luiz Fernando Picolotto luiz.picolotto@gmail.com 
  • Reconhecimentos de firma e apostilamentos - Cartório Maria Alice em Florianópolis, telefone 48 3234-0003
  • No caso, sou obrigada a pôr a minha mãe, Rozeli, na lista. Já que foi ela que fez TUDO com muia eficiência! Vocês até podem tentar suborno, mas pra mim ela cobrou um preço bem salgado em beijos e abraços!  
Próximos passos:
  • Hoje saí do comune com três documentos: certificato di nascita, estratto per riassunto dell'atto di nascita e certificato di matrimonio.
  • Nas próximas semanas, agendei para fazer o passaporte e a carteira de identidade. Conto como foi cada etapa depois!
Espero ter escrito tudo direitinho! Se quiserem perguntar alguma coisa, fiquem à vontade!


domenica 7 gennaio 2018

Befana e epifania!


Ontem, sábado, dia 6 de janeiro, é comemorado o dia de reis (e também o aniversário do meu sogro querido!)! Aqui na Itália esse dia é conhecido como Epifania e é nesse dia que a bruxa Befana enche de doces as meias das crianças boazinha - e de carvão àquelas que não foram tão obedientes...

Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Na verdade, nada! 

Epifania significa aparição em grego e é sempre ligada às manifestações divinas. Com esse sentido, a palavra apareceu na tradição cristã: primeiro ligada ao nascimento de Jesus, depois ao seu batismo por João Batista e ainda pelo milagre do casamento de Caná; porque esses dois últimos episódios mostram pela primeira vez a natureza divina de Cristo.

Hoje em dia, no entanto, a Epifania festeja a chegada dos sábios do Oriente com seus presentes ao menino Jesus (ouro, incenso e mirra). O batismo de Jesus é comemorado no primeiro domingo depois da Epifania.

A escolha do dia 6 de janeiro, 12 dias depois do Natal, estaria ligada ao significado mágico atribúido ao número 12 e ainda para marcar o fim das celebrações do solstício e do culto à Mitra, que iniciam no dia 25 de dezembro.

A Befana, por outro lado, vem de uma tradição completamente diferente. A senhora que voa em uma vassoura deriva do culto da Roma antiga da deusa Diana, protetora dos bosques e da natureza, onde mulheres voadoras espalhavam prosperidade e fertilidade aos campos cultivados.

Essa tradição se espalhou em toda a península italiana durante a idade média,  adotando ainda fogos de artifício e fogueiras como seu símbolo. Recentemente, o sucesso é atribuído ao fascismo e a "Befana fascista" instituída em 1928: uma grande festa para as crianças que fortalecia essa e outras tradições italianas. Na maioria dos outros países, no entanto, associam a Epifania somente à chegada do Reis Magos, à excessão da Perchta ou Berchta, uma mulher as vezes linda e jovem, outras velha e feia, que sobrevoa a região dos Alpes, da Suiça à Baviera e Áustria, levando doces às crianças.

Na Espanha, a figura da bruxa não existe, e são os reis magos à trazerem doces e presentes às crianças comportadas. Nos países Anglosaxões, a única semelhança com essa cultura é a meia na lareira que, ao contrário dos doces da Befana, recebem os presentes do Papai Noel.

E aí? O que a Befana trouxe pra vocês?

giovedì 2 novembre 2017

10 coisas que aprendi sobre a Itália e os italianos



1. É normal comer antepasto, uma massa (primo priato), seguir com uma carne ou salada (secondo piato) e arrematar com a sobremesa e café! Esse ritual leva horas e é levado muito a sério por eles.

2. As pessoas querem saber TUDO sobre a sua vida. Perguntas como quantos anos você tem, se é casada ou com o que trabalha são feitas logo de cara quando conhece alguém. E aqui ninguém considera isso falta de educação.

3. Eles adoram passar calor. No inverno, o aquecimento fica no máximo e, no verão, nem pensar em ligar o ar condicionado!

4. O italiano continua falando italiano mesmo quando fala outra língua - especialmente inglês. Eles simplesmente ignoram o som do H nas palavras e nem sequer se dão conta que existe uma diferença! É normal ouvir pérolas como ELP (help) e appiness (happiness).

5. Café é expresso. Literalmente, curto e grosso. O que os americanos e brasileiros tomam é chamado aqui de água suja.

6. Você só será capaz de falar italiano bem quando aprender a gesticular. A linguagem corporal é tão importante quanto a falada e é imprescindível para entender de verdade a língua.

7. A forma tradicional das casas italianas, o cortile, fala muito sobre o estilo de vida deles. São várias casas voltadas para um pátio central comum, facilitando a integração das famílias e, é claro, a monitorização da vida de todos!

8. Por mais machista que a sociedade italiana pareça, quem manda sempre é a esposa. Os maridos não têm vergonha de admitir que a donna é sempre responsável pela maioria das decisões na casa.

9. Eles são muito mão fechada! Até com o dinheiro alheio. Se você comprar uma coisa que eles acham que não teve necessidade, eles lhe dirão! Já ouvi bastante gente contando, por volta dos 60/70 anos, que quando eram crianças as famílias passavam fome. Mais recentemente, era comum o racionamento de energia e de água.

10. A Itália é o melhor país do mundo. E tudo que é produzido aqui é melhor! Sim, eles são extremamente nacionalistas, mas não de uma forma arrogante. Eles têm orgulho do seu país e do que produzem, passam as tradições adiante e ensinam seus filhos sobre as dificuldade que já passaram. Como estrangeiro, eles só esperam que você tenha um pouco de admiração pelo que eles consideram o melhor lugar do mundo pra viver!

E você? O que aprendeu sobre os italianos?

Normativa EURO para emissão de poluentes

Oba, você finalmente comprou um carro e está todo feliz andando pra cima e pra baixo! Claro, um pouco mais pobre já que pagou o seguro obrigatório e a marca da bollo, mas tá felizão! A Ludovica foi nossa primeira macchina vecchia italiana - e deixou saudades...
Aí, um belo dia você dá de cara com um aviso no jornal assim:


Aí você não dá bola, na verdade, nem lê direito, já que seu italiano ainda não é aquela coisa toda, né?
Pois bem, eu vim aqui pra contar que a coisa é séria! Sim, você pode ser multado se estiver com seu carro fora das especificações ou se estiver com o seu carro poluente em dias proibidos!

COMO ASSIM? SAÍ DE SÃO PAULO MAS RODÍZIO VEIO COMIGO?

Calma, vou explicar tudo certinho.
Com o objetivo de diminuir a poluição do ar causada pelos automóveis, a partir de 1991, a União Européia publica periodicamente novas normativas com relação às emissões perigosas, seja para carros à gasolina que à diesel.
A normativa classifica os automóveis com a sigla EURO seguida de um número que corresponde à tecnologia anti-poluição do ano em que o carro foi fabricado.
Na categoria EURO 0, entram os carros produzidos antes de 1991 alimentados à gasolina sem catalizador e os alimentados à óleo "não ecodiesel". É a categoria mais penalizada, não tendo direito de circular na maior parte dos centros urbanos.
EURO 1 entrou em vigor em 1993 e compreende os primeiros automóveis com catalizador e injeção eletrônica.
EURO 2, de 1997, diminuiu a tolerância com as partículas poluidoras emanadas pelos carros.
EURO 3, de 2001, introduziu o sistema EOBD, que permite um melhor controle da emissão de partículas.
EURO 4, de 2006, iniciou a introdução de um sistema anti particular que se tornou obrigatório a partir do EURO 5, de 2011.
O último, EURO 6, de 2015, foi a última normativa e diminui drasticamente a contagem de partículas aceitas.

Bom, se seu carro foi à gás, GPL ou Metano? Fique tranquilo, nesse caso ele não entra na classificação e você pode rodar à vontade por aí.
Ahh, então melhor comprar uma vespa mesmo, né? Não! Também para as motos e ciclomotores existe uma regulamentação.

EURO 1 - após 1999
EURO 2- após 2003
EURO 3- após 2006

E como eu faço pra saber a classificação do meu carro ou moto? No livreto do carro tem a normativa que ele segue, logo você dá uma checada aqui nesse quadro e fica sabendo tudinho sobre ele.

E esse aqui para motos...


Agora que você já sabe o que significa, fique de olho nos jornais da sua região, principalmente no inverno, quando a qualidade do ar piora muito em várias cidades devido ao frio.


A proibição costuma ser das 8 às 19hs em dias de semana e sábados. Mas fique ligado para eventuais mudanças exclusivas da sua cidade!
Diante de tudo isso, bom mesmo é andar de bicicleta - já que o único combustível é aquela bordinha de pizza que se alojou no seu quadril!

lunedì 9 ottobre 2017

Os supermercados: tudo que você precisa saber

Como vocês já sabem, moro em Brescia, uma cidade lombarda de 200 mil habitantes entre Verona e Milão. Hoje resolvi escrever sobre os supermercados da região e as diferenças entre eles. Com certeza, são supermercados que você encontra em boa parte da Itália, aguns até em boa parte da Europa.



Vou categorizá-los como eu os vejo para dar uma idéia do que encontrar em cada um, certo?

# Os hipermercados

São os maiores supermercados da região, vendem de ovos à celular. Em geral, possuem um complexo com outras lojas e praça de alimentação em anexo.



Começando pelo mais famoso, no Auchan você encontra uma gama imensa de todo tipo de coisa. Apesar de não ter leite condensado, tem uma sessão de produtos típicos de várias partes do mundo onde tem até erva mate. Existem caixas self-service muito práticos. O cartão é feito na hora e não custa nada, ele ainda dá pra você alguns descontos especiais.


Na mesma linha do Auchan, porém um pouco menor e menos organizado.

# Os supermercados da esquina

Nessa categoria, aqueles supermercados que não são muito grandes, estão sempre à mão e tem todo o necessário para o dia-dia.

O Simply é, na verdade, uma miniatura do Auchan. Pertence à mesma empresa e você pode encontrar nele os produtos de marca própria do Auchan numa versão reduzida do mesmo.
Esse é o supermercado da esquina da minha casa. A padaria é fantástica, tem uma variedade razoável de coisas embora o preço seja um pouco mais alto que o de muitos supermercados. Para usar o caixa self-service, você precisa do cartão do supermercado que também é feito na hora com um documento e o comprovante de residência. Vale ressaltar que tem leite condensado!
O COOP é uma cooperativa como o nome sugere. Sendo assim, se você quiser fazer o cartão do supermercado, deve se cooperar e pagar 20 euros que serão convertidos em produtos. É um supermercado que eu, pessoalmente, vou pouco, por isso tenho pouco para comentar.

# Os super baratos

São os meus favoritos! Embora desorganizados e sempre cheios, você encontra quase tudo por um preço MUITO menor do que o praticado pelos outros supermercados. Existem coisas ruins, coisas iguais e até coisas melhores, é um jogo de experimentação. Todos os supermercados produzem um "volantino" com as ofertas da próxima semana e, sobretudo no caso desses mercados populares, vale a pena acompanhar o folheto para planejar bem as suas compras.


LIDL: O pesadelo do meu marido, mas a minha alegria! Tem uma variedade razoável de produtos e um preço excepcional. Ainda conta com uma sessão de "variedade", onde você pode encontrar desde tapetes para o carro até vinhos importados por um preço muito convidativo. A grande desvantagem é que realmente está sempre cheio e tem poucos caixas disponíveis. Os caixas self service e o cartão de fidelidade não existem por aqui.


Na mesma linha do LIDL, são mercados populares. Você encontra excelentes ofertas e abastece a casa sem fazer um rombo na conta. A maior desvantagem para mim é que ficam fora da cidade (onde podem conseguir um aluguel mais barato, tornando menor todo o custo operacional do mercado).

# Frutas

As frutas nos supermercados não costumam ser maravilhosas. Se você puder escolher, as bancas de frutas dos bairros costumam oferecer produtos de melhor qualidade com preços mais baixos.

# Queijos, presuntos e salames

Se você quer mesmo experimentar coisas diferentes, vá à feira semanal. Lá vai encontrar barracas de todos os tipos de coisa direto do produtor. Aproveite e se informe sobre a origem e a história de cada produto com o vendedor, é realmente uma viagem cultura.

# Produtos típicos

Você é desses que não vive sem polvilho ou morre por um chocolate Garoto? Em quase todas as cidades grandes da Itália você encontra mercadinhos brasileiros. Se não for o caso da sua cidade, dê um pulo nos mercados asiáticos e indianos. Há grandes chances de encontrar o que procura por lá...

# Dicas importantes

Leve suas sacolas ou caixas - essa é a dica mais preciosa já que as sacolas são cobradas a parte.
Evite horários de pico - em especial, nos supermercados populares!
Os estacionamentos são sempre gratuitos, não se preocupe com a nota ou o valor da compra.
Para pegar os carrinhos, você deve colocar uma moeda de um ou dois euros - que será restituída assim que ele for devolvido no seu lugar.
Pretendo fazer um post logo mais sobre a pesagem das frutas e verduras e o funcionamento do caixa self-service para deixar tudo claro.

Ufa! Parece muita informação? Não se preocupe! Faça turismo nos supermercados, passeie e conheça as suas sessões. Com o tempo você vai saber que a água mineral do Esselunga tem menos sódio, o seu chocolate favorito só vende no Auchan e que você ama mesmo é aquele espumante baratinho do LIDL!

Um ano de Itália

No último dia 28 de setembro, eu e meu marido completamos um ano de Itália. Há um ano chegamos em Brescia cheios de sonhos e inseguranças, corações aflitos, longe de todos que amávamos.
Pensando bem, acho que nossos amigos tinham um pouco de razão quando diziam que éramos loucos. Abrimos mão da casa própria, do carro novo, do emprego bom, mas mais do que tudo, abrimos mão da segurança de estar na nossa zona de conforto.
A crise no Brasil, a crescente violência, a iminência de perder o emprego, tudo isso era a desculpa perfeita. Em 2010 passamos um ano na Bélgica e tivemos que voltar para que eu terminasse a faculdade. A verdade é que desde esse regresso "forçado" nossos corações estiveram sempre batendo no velho mundo.
Pois bem, como eu ia dizendo, nós viemos. 
Lembro bem de estar dentro do avião sem conseguir dormir, pensando em tudo que mudaria. Mesmo que estivesse preparada para todo tipo de mudança, ainda estava longe de imaginar o desafio que teria pela frente.
Logo na primeira semana, foi a língua. Eu, super tagarela, não conseguia me comunicar apesar de falar português, francês e inglês com fluência. Apesar de um mês de aulas particulares de italiano, mal podia comprar pão. 
Em seguida, nos deparamos com um obstáculo que tem se mostrado até hoje difícil de transpor, a burocracia italiana. Se você acha que tem PhD em burocracia porque é brasileiro, amigo, você não conhece a Itália! Nada demora menos de um mês. NADA. Quer registrar seu endereço no comune? Um mês. Quer fazer sua carteira de saúde? Um mês. Transcrever sua certidão de casamento? Um mês. 
O que mais me tirava do sério não era nem a demora, mas a falta de uniformidade nas informações. Um dia era um documento, no outro eram dois documentos e no terceiro dia não precisava mais de nenhum papel. Ainda engatinhando na língua, tínhamos a missão de arrumar todos os documentos, entrar nos órgãos públicos com um sorriso no rosto com frases ensaiadas no Google Translator.
Quando finalmente tínhamos tudo pronto, não demorou até o João encontrar um emprego na área dele. Indicação de um amigo, é claro. Afinal, aqui na Itália tudo, absolutamente tudo, depende de sua rede de contatos.
Foi nessa fase que tudo ficou mais difícil para mim, Mariana. Eu, médica, cirurgiã, hiperativa, independente. Eu, sozinha, longe da família e da minha profissão, eu tentando enfrentar um inverno gelado que acontecia com mais rigor dentro de mim do que lá fora.
Veio a primavera e de repente nada mais parecia tão difícil como antes. Tinha o apoio do meu marido, tinha os primeiros passos na validação do meu diploma, tinha finalmente alguns amigos com quem eu podia falar na minha própria língua sem rodeios. E assim como as águas de março fecham o verão brasileiro, minhas lágrimas abriram uma nova fase aqui. 
Se eu me arrependo? Nem por um segundo! Me sinto mais forte, mais sensível e mais empática, sou mais paciente e menos ansiosa. Acima de tudo, sinto que estou exatamente onde deveria estar. Claro que estamos longe da perfeição. Existe um longo caminho para seguirmos, em especial a validação do meu diploma e o meu esperado retorno à profissão que faz parte de mim. Mas enquanto esse dia não chega, sou feliz e muito grata por ter tido coragem de tomar essa decisão.
Como ouvi de uma amiga expatriada como eu, não viajo para confirmar as minhas crenças, eu viajo para me desafiar, para reaprender e me desconstruir!
Muito obrigada à você que está lendo esse texto e nos acompanha nesse blog, você também fez parte da nossa história durante esse ano cheio de aventuras!