venerdì 18 agosto 2017

Torino com a família

Hoje vou contar para vocês como foi nosso passeio em Torino hoje. Escolhi o dia de hoje (15 de agosto) pois é feriado (assunção da Virgem Maria) e a prefeitura de Torino colocou vários museus com o custo de um euro por pessoa. Juntando a isso, o dia estava ensolarado mas com uma temperatura amena e a cidade estava vazia, já que os italianos querem praia e lago no verão.

Fomos de carro, cerca de 2h e meia de Brescia, e resolvemos estacionar bem perto do centro histórico. Aproveito para deixar aqui a dica do Parcheggio Roma - San Carlo - Castello, que fica na Piazza Castello, do ladinho do Palazzo Madama e custa 2 euros a hora.



De lá, seguimos até o Palazzo Madama, bem no centro da Piazza Castello. O palácio contém duas partes: a fachada barroca e o "corpo" medieval (Casaforte degli Acaja).


Apesar das torres do castelo existirem desde o século I, foi em 1637 que Cristina da França, esposa de Carlos Emanuel II Savoia, se transferiu para a propriedade com o objetivo de fugir da rigidez da corte francesa. Foi ela que iniciou as obras de modernização do castelo segundo a moda vigente. Sessenta anos depois, outra dama Savoia, Maria Joana Batista de Savóia, terminou o seu explêndido trabalho de decoração com a construção da belíssima fachada que conhecemos hoje.

O museu do palácio é dividido em 4 andares: 
No térreo, há uma belíssima coleção de arte sacra medieval e barroca.









No primeiro andar, os aposentos ocupados pelas damas de Savóia.

  





No segundo andar, uma coleção de porcelanas de várias partes da Itália e da Áustria.






No ático, uma visão de encher os olhos através das torres do castelo que se revelam grande parte do centro antigo de Torino.

 Acima: o palácio branco é o Palazzo Reale. Logo atrás, em reforma, a torre da Catedral de Torino - onde fica o Sudário.
Abaixo: bem no centro da imagem, a igreja em amarelo claro é a de San Lorenzo, onde há uma cópia do Sudário.


No subsolo, ainda há uma coleção de lápides medievais e um jardim frutífero.




Passamos grande parte da manhã no palácio e não vimos o tempo passar! Ele é magnífico e enorme e saímos de lá cheios de fome. Com o feriado, grande parte dos restaurantes estavam fechados e fizemos uma parada para uma pizza rápida. 

 

Você, como eu, provavelmente associa o nome de Torino com o Santo Sudário. Por esse motivo, a segunda parada foi na Igreja de San Lorenzo, que abriga uma cópia em tamanho natural do tecido mortuário após ter sido seu lar por 150 anos.



E o verdadeiro? Bom, este está muito bem guardado na Catedral de Torino, a Igreja de São João Batista (construída em 1490) desde 1578.



 Como se pode ver na foto abaixo, o sudário fica dentro de uma caixa onde é mantido ao abrigo da luz, com temperatura e umidade controladas.

Se você tiver mais tempo do que nós, não deixe de conhecer o Palazzo Reale, que fica ali do ladinho! A entrada custa 10 euros e merece uma tarde para ser percorrido com calma. Eu já estou programando a próxima viagem à Torino para ver tudinho que não deu tempo desta vez - em especial, o Museu Egípcio, que é o sonho do meu marido.

Passear de carro pelas ruas vazias da cidade foi um verdadeiro presente. Cada esquina, cada colina, cada rua com casas e muita, muita história. A cidade ainda é cortada pelo rio Pó, o maior rio em comprimento da Itália. Nas margens do rio, existem ciclovias e parques de encher os olhos!


Do centro, seguimos para o Borgo Medieval di Torino. Além de lindo por ele mesmo, ainda é cercado por um enorme parque nas margens no rio. Infelizmente, os ingressos para o castelo já estavam esgotados. Mais um motivo para voltar, né?


 Abaixo, a fonte de folhas de quércia com romãs. Ela é uma cópia da fonte do castelo de Issogne, no vale da Aosta, onde estivemos no início da primavera. A fonte original é do século XVI, enquanto esta réplica belíssima foi feita em 1910 para a exposição internacional de Roma.

 É tanto amor nessa cidade que até os postes se amam! Queremos voltar!

"Seu olhar parece mais um modo de escutar"
- Mia Couto






mercoledì 16 agosto 2017

Sagra del Casoncello di Strozza

Casoncello é uma massa típica da região de Bérgamo e Brescia - cidades vizinhas e rivais que sempre disputaram a paternidade dessa iguaria. Apesar de pequenas diferenças no formato e no recheio, ela pode ser encontrada em quase todas as cidades das duas províncias.

Foi na cidadezinha bergamasca de Strozza que nossa família provou o casoncello pela primeira vez.


É uma massa dobradinha com recheio feito de carne moída de bovino e suíno, ervas, grana padano ralado, ovo e farinha de rosca. O resultado é uma explosão de sabores (e calorias!) que traz um sorriso imediamente à sua boca - bom, essa parte, pode ter sido o vinho!

 Eu queria mesmo experimentar cada item desse menu!

Cada um de nós e seu pratinho de casoncelli, acompanhado de espumante local, tábua de queijos e salames produzidos artesanalmente na região. Para ficar melhor só fazendo amizade com os italianos que sentam sempre perto de nós para puxar conversa - nessas micro cidades não tem estrangeiros!


Ops, melhor parar por aqui, visto que a combinação entre espumante gelado, vespa e ruas sinuosas é duvidosa...

Monasterolo del Castello

 Essa é a charmosa cidadezinha de Monasterolo del Catello. Ela tem menos de mil habitantes, mas fica cheinha em dias de sol como esse por ser a beira do lago de Endine.




 Pelas ruas estreitas, estava rolando um mercado de todo tipo de coisas: de doces à artesanato. Com certeza, a cerveja gelada e o sorvete foram as coisas com mais saída !




Nesse cantinho de sombra do lago, lembrei de uma palavra em japonês que é unica. Komorebi é a luz do sol que brilha através das folhas das árvores. Não é perfeito?


Feira Medieval de Malpaga - Cavernago

Hoje vocês que acompanham o blog vão começar junto conosco uma viagem incrível! Pelos próximos 30 dias, minha mãe e meus sogros estão aqui em Bréscia para conhecer nossa casa e também para passear muito.
Eu bolei um roteiro bem bacana, com turismo, festas de igreja, passeios a pé e muita cultura italiana.
  

 Aproveitando a visita ilustre da família, fomos conhecer Malpaga e prestigiar sua linda festa de dois castelos medievais: Malpaga e Cavernago.


Era um dia de verão com céu azul! Já chegamos na hora do almoço e fomos direto provar as delícias da região. Apesar do calor, não resistimos ao clássico: polenta com javali! Houve quem preferisse a variação menos exótica, polenta com galeto!



Depois de presenciar um autêntico "tombola" ou bingo mais que italiano...


... seguimos para o castelo onde estava rolando uma encenação histórica, com direito a bancas com produtos e atividades da época.


 Tinha sapateiro, harpista...
 ... família medieval e até oficina de tingimento com produtos naturais...

 Como estamos na Itália, não podemos esquecer da comida!

 Para as crianças de todas as idades, tinham até jogos medievais para treinar a coordenação motora!

Malpaga, foi um prazer enorme te conhecer! Obrigada por nos receber de braços abertos e fazer nossa família se sentir em casa. Com certeza estaremos aqui no próximo ano - de preferência com roupas de época!


giovedì 10 agosto 2017

Rimini - a praia com roda gigante!

Eu e minha parceira de aventuras Dani, que já citei aqui, tivemos uma experiência muito legal numa cidade da costa leste da Itália. Rimini é uma cidade da região de Emilia-Romagna com pouco menos de 150 mil habitantes que, nos meses de verão fica lotada de gente querendo aproveitar os 15km de praia com areia quente e branca (sim! aqui isso é luxo!).


Essa foto não é exatamente o panorama que encontramos ao chegar lá, já que foi tirada as 20h, quando a multidão que ocupava a praia já tinha ido embora. 

Apesar de a faixa de areia ser larga e extensa, cada centímetro é disputado! São estabelecidas faixas na areia onde há cadeiras e sombreiros e você pode alugar por módicos 20 euros um "lugar ao sol" para duas pessoas.


Foi uma tarde super agradável e nossa primeira vez numa praia de verdade por aqui. A água não estava fria, mas estava bastante turva. Uma das coisas que me chamou muita atenção foi o fato de não haver ondas - o mar é tranquilo e afunda devagar. Outra coisa que não pude deixar de notar é que, vindo de um ilha, não senti o cheiro de mar, a maresia tão característica de Florianópolis, o cheiro de casa, sabe?

Nessa foto abaixo, feita da roda gigante, dá pra ter idéia do tamanho da praia. Aquela piscina redonda enorme é um parque de exibição de golfinhos (com esse mar todo tem que trancar os pobres nessa piscininha?).


Falando sobre a roda gigante, foi o ponto alto do passeio! Coloquei um mapa da cidade para vocês terem idéia da posição da roda gigante - em função da localização dá pra ver a marina e também boa parte da praia.


Fiquei com muita vontade de voltar um dia à noite para vê-la iluminada.


 Nós duas levamos a maior bronca porque, na ansia de tirar fotos, ficávamos nos mexendo dentro da cabine e ela não parava de balançar!


Mas apesar das praias serem lindas, não é só isso que você encontra em Rimini! A cidade, que foi fundada em 268 a.C. pelos romanos, esconde muitas belezas em seu pequeno e charmoso centro histórico.

 Acima, Palazzo dell'Arengo e, abaixo, Fonte della Pigna. Ambos na Piazza Cavour.

 Abaixo um lugar que aqueceu meu coração. O Domus del Chirurgo são as ruínas de um consultório e ambulatório médico do ano de 250 d.C.. Esse bonitão na foto é o Eutyches, o colega de profissão.


Tendo nascido e crescido perto do mar, essa proximidade me faz muita falta. E é sobre a história de uma menina e o mar essa música linda...




martedì 1 agosto 2017

Milão peculiar - a igreja de ossos humanos

Andei meio atrasada com os posts de passeios e viagens porque estava passeando muito! rs Uma das responsáveis pelos passeios dos próximos posts será a Dani. Ela é brasileira e também mora aqui em Brescia com o marido, o Fábio, e a doce Alice, de apenas um ano e meio.

A Dani e o Fábio são os responsáveis pela Ittalim, uma empresa de pesquisa e busca de documentos italianos, em especial para cidadania italiana (que claro, eu super indico!). 

Em função do trabalho, a Dani está sempre por aí. E sabe quem gosta de estar por aí? Acertou, eu mesma! Com a desculpa de "ajudar", eu tô sempre colada na Dani em todas as picadas e bibocas onde ela vai buscar documento.

Uma das surpresas foi em Milão, onde fomos num dia se sol escaldante e ruas cheias de turistas, buscar um documento na cúria.


Depois de uma selfie obrigatória na catedral e com as barrigas devidamente preenchidas por um belo panini, seguimos para uma das muitas igrejas de Milão. Essa pequena igreja de fachada sem graça guarda um segredo um tanto macabro: um ossário coberto por ossos humanos.


A origem da igreja de San Bernardino alle ossa remonta ao ano de 1127 quando, nesse terreno, foi construído um hospital para abrigar leprosos e, ao lado, um pequeno cemitério para aqueles que não saiam de lá com vida. Em 1210, foi construída uma pequena sala para abrigar os ossos que eram removidos do cemitério, visto que os óbitos eram muitos e o espaço, limitado.


Em 1269, junto à sala dos ossos, surgiu uma pequena igreja. Mas foi apenas em 1642 que os ossos foram dispostos nas paredes de forma "decorativa"  e em 1695, a igreja ganhou também belos afrescos no teto e paredes.




Em 1738, o Rei João V de Portugal visitou a igreja e ficou tão impressionado que a usou como modelo para um ossário em Évora. Gosto não se discute, não é mesmo?

Sim, é uma igreja muito peculiar e também macabra. Mas é também um lugar de reflexão e, sobretudo, de respeito com a morte e os mortos. 
Se você estiver passando pelo centro de Milão, vale a pena a visita. Ah, um conselho: leve uma manta para cobrir os ombros e use calças compridas mesmo no verão! 

San Bernardino alle Ossa
Via Carlo Giuseppe Merlo 4
Acesso livre
Seg. a sex: das 07.30 às 12.000 e das 13.00 às 18.00
Sábados: das  07.30 às 12.00
Domingos: das 09.00 ás 12.00
 
 
O que dói na morte é a falsidade. A morte apenas existe por uma brevíssima troca de ausências. Em outro ser, o morto irá renascer. A nossa dor é a de não sabermos ser imortais.  
- Mia Couto

Cidadania italiana por matrimônio - a naturalização

Acompanho alguns grupos de cidadania italiana e sempre surge esse assunto. Eu mesma já precisei estudar sobre o caso para orientar meus sogros sobre como proceder para obter a naturalização italiana por casamento. 
Por isso, organizei minhas pesquisas e coloquei aqui com algumas dúvidas que eu tive durante o processo.

Essa prática é regida pelo Art. 5, Lei de 05/02/1992, n. 91, e sucessivas modificações, art. 1 da Lei de 15/07/2009, n. 94. 

Na Itália, se chama "cittadinanza per matrimonio" embora seja naturalização. Aí vem a primeira dúvida, qual é a diferença?! Como cidadão naturalizado, você não tem direito a transmitir a cidadania. Ou seja, seus pais e irmão ou eventuais descendentes (que não sejam filhos/as do italiano/a) não têm direito à cidadania italiana. Fora isso, seus direito - e deveres, são iguais ao de um cidadão italiano.

Quanto tempo devo esperar depois de casada para requerer a naturalização por casamento?

Se você mora na Itália (não importa o país onde casou!), deve aguardar 12 meses se tiver filho natural ou adotivo com o cônjuge italiano, ou 24 meses na ausência de filhos.
Se você mora fora da Itália (também não importa que o casamento tenha sido feito na Itália, vale o lugar onde você reside), 18 meses na presença de filhos ou 36 meses na ausência dos mesmos.
Claro, nesse período depois do casamento não pode ter ocorrido anulação ou separação legal.

ATENÇÃO! Esse período passa a contar a partir da data do casamento civil. NÃO a partir da aquisição da cidadania. Contrato de união estável NÃO é reconhecido pela Itália como casamento civil.

Como é feito o processo?

O pedido deve ser feito diretamente no site no Ministero dell'interno, independente do país de residência.


O requerente deverá: 
  • Efetuar seu cadastro no portal

  • Preencher o formulário utilizando as credenciais de acesso recebidas.Atenção: no formulário de cadastro devem ser inseridos os dados de SOBRENOME – NOME – DATA DE NASCIMENTO assim como constam na certidão de nascimento. As mulheres deverão inserir o sobrenome de solteira e NÃO de casada.

    Em caso de preenchimento incorreto de dados anagraficos, será necessário cancelar o cadastro ao portal – após o acesso – utilizando a função do menu “Cancella la registrazione al portale” e efetuar posteriormente um novo cadastro.
  • Inserir o formulário de pedido selecionando a função 1 “Gestione domanda” e selecionar o “Modello AE” (no site do Ministério do Interior é disponível um manual para o usuário ”Sistema inoltro telematico”) e anexar todos os documentos exigidos:
1.  Certidão de Nascimento:  segunda via recente (máximo de 180 dias), em original, em inteiro teor, apostilada e traduzida para a língua italiana por um tradutor juramentado. A tradução também deverá estar apostilada. A certidão deve mencionar o sobrenome adotado em decorrência do casamento, ainda que o sobrenome não tenha sido alterado. Não serão aceitas certidões que não contenham essa observação.

2.  Certidão de Antecedentes Criminais da Polícia Federal brasileira: solicitá-la junto a um Posto da Polícia Federal ou via Internet, acompanhada de apostila e tradução. A tradução também deverá estar acompanhada de apostila. O documento deve estar dentro do prazo de validade (90 dias) e ser apresentado em original. 

3.  Certidão de Antecedentes Criminais de outros países em que o requerente tenha vivido: o documento deverá ser apresentado em original, devidamente legalizado pelo Consulado italiano competente pelo local de emissão, com Apostila e tradução para a língua italiana. As certidões têm validade de 6 (seis) meses a partir da data de emissão. Para tradução e legalização de certidões emitidas pelas Autoridades não italianas, pedimos visitar o web-site do Consulado Italiano competente no país que emitiu tal documentação.

4.  Comprovante de pagamento da taxa de € 200,00 previsto pela Lei n. 94/2009, para o Ministério do Interior a ser efetuado na conta-corrente postal pagável a:
“Ministero dell’Interno D.L.C.I Cittadinanza”Nome della Banca:                           Poste Italiane S.p.A. IBAN:                                              IT54D0760103200000000809020Motivo della rimessa:                        Richiesta cittadinanza per matrimonio
BIC / SWIFT CODE di Poste Italiane:   BPPIITRR

Euro 200,00

5.  Documento de identidade como: cópia do passaporte válido (páginas com os dados pessoais, foto, data de emissão e data de vencimento) ou RG.

UMA VEZ PREENCHIDO O REQUERIMENTO E TER ANEXADO TODA A DOCUMENTAÇÃO ACIMA CITADA, UM DOCUMENTO DE SÍNTESE SERÁ GERADO PELO SISTEMA, ASSIM COMO O SEU COMPROVANTE DE ENVIO.
O consulado ou comune será automaticamente informado sobre a apresentação do pedido e procederá com as averiguações necessárias.

O requerente receberá posteriormente comunicação sobre a aceitação, ou aceitação com restrição ou o indeferimento do pedido.

O prazo para a definição do processo de aquisição da cidadania italiana, de acordo com as disposições dos artigos 2 e 4 da lei 7 de agosto de 1990, n. 241 9D.P.R. 18 abril 1994, n. 362) é de 730 dias A PARTIR DA DATA DE ACEITAÇÃO DO PEDIDO.

Posteriormente o requerente será convocado pelo consulado ou comune responsável a fim de entregar TODA A DOCUMENTAÇÃO ORIGINAL (e já enviada eletronicamente) como também será necessário apresentar:

6.  Comprovante de residência
7.  "Estratto per riassunto dai registri di matrimonio", em original, emitido pelo Comune italiano competente: é fundamental que o “Atto di Matrimonio” tenha sido transcrito no Registro Civil (Stato Civile) do Comune italiano. Por este motivo aconselhamos – antes de apresentar o requerimento – pedir um “Estratto dell’atto di matrimonio” junto ao Comune italiano competente. 

8. Se você morar na Itália, deve apresentar cópia do Permesso di Soggiorno e uma marca da bollo de 16 euros.

O processo todo demora em torno de dois anos. Quando o processo for encerrado, você receberá uma convocação para realizar o juramento no comune ou consulado responsável.

Particularidade: Casamento antes de 1983

Nos casos de casamento entre mulher estrangeira e homem italiano antes de 27/04/1983, o reconhecimento da naturalização é automático. Ou seja, não é necessário fazer um processo de requerimento, apenas comparecer ao consulado ou comune e aprensentar os seguintes documentos:
- Certidão de nascimento em inteiro teor, recente e original, apostilada e traduzida.
- Pagamento de 300 euros.
- Dichiarazione sostitutiva di certificazione devidamente preenchida, datada e assinada pelo requerente com cópia simples do documento de identidade e comprovante de residência.

Mesmo que o cônjuge italiano tenha sido reconhecido como tal a pouco tempo, se o casamento ocorreu antes da data citada, a esposa mantém o direito.
O contrário, homem casado com cidadã italiana, NÃO conta com o mesmo privilégio.




Outras observações:

Os documentos são sempre retidos pelo consulado ou comune.
É dever do cidadão italiano manter o AIRE (registro de italianos residentes no exterior) ou ANAGRAFE devidamente atualizado (casamento, divórcio, nascimento dos filhos).
A itália NÃO reconhece união estável, apenas casamento civil.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo passou a ser reconhecido na Itália em 2016.
Caso você se divorcie do cônjuge italiano depois de finalizado o processo, não perde a naturalização. Porém, caso se case novamente, o novo cônjuge ou eventuais filhos não terão direito a mesma.
Para finalizar, o maior mito envolvendo a naturalização: perde ou não perde a cidadania brasileira??

Segundo o Despacho número 172 do Ministério da Justiça, de 4 de agosto de 1995, a interpretação a ser dada a essa norma constitucional é a de que:

O reconhecimento de nacionalidade originária: "não perde a nacionalidade o brasileiro que teve reconhecida outra nacionalidade por Estado estrangeiro, quando a mesma decorre do direito de sangue (jus sanguinis), sendo originariamente adquirida. Aqui o simples vínculo sanguíneo é que faz surgir a nacionalidade, independente do local de nascimento. É, v.g., o caso da Itália que reconhece aos descendentes de seus nacionais a cidadania italiana. Muitos brasileiros descendentes de italianos vêm obtendo aquela nacionalidade através do simples processo administrativo. Nesta hipótese, não há aquisição derivada de nacionalidade estrangeira, mas reconhecimento de nacionalidade originária, independente de renúncia ou opção pela nacionalidade anterior. Neste caso, não perderão a nacionalidade brasileira os que se utilizarem de tal benefício.
Na imposição de naturalização por Estado estrangeiro, é preservada "a nacionalidade brasileira daquele que, por motivos de trabalho, acesso aos serviços públicos, fixação de residência, etc., praticamente se vê obrigado a adquirir a nacionalidade estrangeira, mas que, na realidade, jamais teve a intenção ou a vontade de abdicar da cidadania originária. ... A perda só deve ocorrer nos casos em que a vontade do indivíduo é de efetivamente mudar de nacionalidade, expressamente demonstrada."

Fonte: Consulado Brasileiro em Milão.